terça-feira, 29 de abril de 2014

Cuba - PARTE 2

Segue a segunda parte do texto escrito em 2009:

PARTE II

Estar em Cuba foi mais que um presente vindo diretamente de Deus atraves de cada uma das pessoas que se deixaram ser usadas por Ele, atraves de suas ofertas e oracoes, pra que fosse real minha ida. Foi um PRIVILÉGIO!
Eu tenho tantas coisas para contar, mas desde que cheguei nao consegui ainda organizar as palavras da forma adequada para poder expressar tudo o que vi, vivi e cresci naquele país, com aqueles irmaos. Eu amo Cuba!
Foram trinta días inesqueciveis, onde eu pude constatar que em Cuba Deus se mostra de forma sobrenatural. Que povo forte gente! Que capacidade que eles tiveram em transformar suas lutas, suas dores em festa.
O povo cubano nao é nenhum pouco satisfeito com o que tem, mas como é Alegre!
Eles aprenderam o que muitos de nós ainda vai demorar para descrobir. Aprenderam a olhar de jeito certo para os sofrimentos, para a dor, para o limite. Eles nao deixaram que os sofrimentos impostos, que o limite imposto, que a dor imposta fizessem deles um povo infeliz. “ Se nao temos como mudar o fato de existir a dor, entao vamos vive-la do jeito certo…Vamos fazer do sofrimento uma forma de crescimento. De encarar as cicatrizes como marcas que existem, mas que nao sao o corpo.” O corpo é mais que a cicatriz. O momento da dor, o momento da dificuldade nao foi determinante, nao É determinante na vida dos cubanos que eu tive o privilegio de conhecer.
Cuba para mim era um país desconhecido…talvez feio, talvez cheio de gente “esperta”, “coitadinha”…Eu nao sei o que os turistas encontram em Cuba. Talvez cada um encontre aquilo que procura. Eu procuva vidas. Eu quería historias. Fui atrás da minha familia.
Eu pensei que depois de quase tres semanas de meu regreso eu nao teria mais lagrimas de saudades. Pois bem, meu coracao acabou de ficar apertadinho e os meus olhos já estao comecando a ficar marejados. Queridos, quando eu lembro de cada BOM pastor que eu conheci naquele lugar. De cada ovelha, de cada FILHO de Deus….
Cheguei e fui recebida por um pastor, o Nicodemos. O outro companheiro de viagem havia chegado algumas horas antes do Brasil e estava esperando juntamente com esse pastor. Ele nos levou para o lugar onde ficariamos em Hanana. O Pr Nicodemos nos foi recomendados por dois irmaos brasileiros. Ele foi muito atencioso e nos deu algumas dicas no nosso primeiro dia de viagem. Algumas delas foi: “Nao mencione o nome de seu ministerio aquí em Cuba, com ninguem, esse nome é proibido aquí e está na lista negra do Governo Cubano (dessa forma peco aos que comentarem que nao mencione o nome do meu ministerio aquí – para aqueles que sabem – para que, de alguma forma, nao aja nenhum tipo de problema ou dificuldade para eles, mesmo agora – lembre- se que a internet é uma via sem limites) e “Aja como turista. Nao deixe ninguem perceber o que voces realmente vieram fazer aqui”. Essas foram dicas que usaríamos durante nosso tempo ali.
No dia seguinte fomos fazer um breve reconhecimento da Capital. Fomos para Havana Vieja – a parte onde tiraríamos fotos se tivessemos levado uma camera! (acreditamm??????ahuahuahuahau). Descobri, em mais um lugar, como é BOM ser brasileira.
Como em Cuba tudo pertence ao governo, inclusive (principalmente?) os meios de comunicacao, na televisao cubana passam novelas brasileiras. Atualmente estao reprisando Mulheres Apaixonadas, Renascer (e quando eles pediam para eu contar o que ia acontecer em Renascer? Gente, eu tinha dez anos, ou menos quando eu vi essa novela!!! Eheheheh), e estava estreando äs dez das manha Forca de um Desejo (essa eu vi!!!hihihi). Cubano é apaixonado pelo Brasil por causa, principalmente, das novelas. O futebol tambem tem lá suas vantagens, mas novela é o carro forte tanto para mulheres como para homens.. Aproveite que voce é brasileiro e vá a Cuba, as portas dos sorrisos se abrem fácilmente para nós!
Na madrugada desse dia para o outro eu fui para sacada da casa onde eu estava hospedada. Lá estava eu, äs tres da manha sentindo a brisa fría tocando em meu rosto, debruçaada sobre o murinho da sacada e percenbendo que Havana, como – mas nao na mesma proporcao- Sao Paulo, nao dormía. Abaixo da casa funcionava uma padaria 24 horas. Volta e meia aparecia alguem para comprar pao. Está vívido na minha memoria a imagen que tive naquela madrugada. Tudo ali respira passado. Tudo parado…se fosse bonito seria como as cidadezinhas de minas gerais, ou o interior do Rio de Janeiro…mas nao, em Havana só o que é bonito é o povo. Tá, Havana é bonito, quando voce a encherga do jeito certo. O mais bonito naquela cidade para mim nao foram as pracas, ou o Hotel Nacional…o mais bonito eu encontrei entre os abandonos das ruas, com uma protese dentaria (dentadura) sem os dois dentes da frente (acho que estavam quebrados) que se mechia enquanto a boca pronunciava palavras –apenas palavras. Silvia…Silvia….de quem os pés eu calcei, de quem eu nao senti o cheiro dos pés nao-lavados a quem sabe quantos dias, em quem eu toquei. Quem eu nao conseguía olhar direito no comeco por que aquela dentadura mexendo me causava nausea (hehehe), mas com quem eu adorei passar um tempao conversando, de quem eu nao esqueci mesmo depois das viagens, de quem eu quis me despedir no meu ultimo dia…quem me arrancou lagrimas lá, no dia 11 de janeiro, e está arrancando lagrimas agora. Pedidos de oracao, ou apenas lembrancas em forma de pedidos, para que a noite nao esteja tao fría em Havana, para que ela consiga fumar seus cigarrinhos em paz, e para que suas conversas com relacao ä sua filha se torne, ao menos em seus sonhos naquele murinho de hotel, realidade. Que Deus a ame atraves de nós! Que vocë ame ä Deus atraves das Silvias que existem ai, na sua cidade, nas suas ruas…E que vocë possa querer ir a Cuba e tenha o privilegio de ir lá, conhecer a minha Silvia…
(Suspiro…)

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